sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Trocado, sujo.

Bate na minha porta
como se estivesse fugindo, pedindo a alguém
ou alguma coisa, fugindo de alguém, algo
ou alguma coisa.
O plástico queimado
se espalha pelas vielas e seus varais.
Varais magros e sujos.
Guarda o que lhe ofereci.
Não quero nada em troca.
Não queimarás.
Não irás para debaixo do plástico,
Queimado!
Não serás queimado.
Não irás para o submundo ou subsolo.
Não irás, para quem sabe.
Não lhe desejo mal algum
Apenas quero meu conforto e meu suposto
Minha alegria, se sua não me atrapalhar
pode ser feliz, não depende de mim.
Chama-me de cretino. CRETINO
Chamo-te de pivete. PIVETE
Guarda o trocado.
Troco pelo qual se morre e se mata, e vive-se
eternamente, e eterno sempre e sempre
talvez queira algo em troca.
Somente talvez, só.
Subsolo do submundo, minha suja vida.
Imunda.
Da poeira do asfalto
pivete, meu querido, minha alegria.
Pivete és cretino.

T.