Bate na minha porta
como se estivesse fugindo, pedindo a alguém
ou alguma coisa, fugindo de alguém, algo
ou alguma coisa.
O plástico queimado
se espalha pelas vielas e seus varais.
Varais magros e sujos.
Guarda o que lhe ofereci.
Não quero nada em troca.
Não queimarás.
Não irás para debaixo do plástico,
Queimado!
Não serás queimado.
Não irás para o submundo ou subsolo.
Não irás, para quem sabe.
Não lhe desejo mal algum
Apenas quero meu conforto e meu suposto
Minha alegria, se sua não me atrapalhar
pode ser feliz, não depende de mim.
Chama-me de cretino. CRETINO
Chamo-te de pivete. PIVETE
Guarda o trocado.
Troco pelo qual se morre e se mata, e vive-se
eternamente, e eterno sempre e sempre
talvez queira algo em troca.
Somente talvez, só.
Subsolo do submundo, minha suja vida.
Imunda.
Da poeira do asfalto
pivete, meu querido, minha alegria.
Pivete és cretino.
T.
Há 12 anos